No Salão Satélite, jovens designers preocupados com sustentabilidade e aproveitamento
Juliana Bianchi, de Milão
Com menos peças conceituais e mais pé no chão, a edição que marca os 50 anos do Salão Internacional do Móvel de Milão mostrou que a indústria moveleira e os designers estrelados resolveram voltar-se mais ao consumidor comum, que, já acostumado com uma estética mais elaborada, quer ter peças com bom design, mas que não o obrigue a ter uma casa-galeria.
Sofás, mesas e cadeiras chegam em peso com linhas simples, limpas e elegantes, nas quais o acabamento e a escolha dos materiais se ressaltam.
Peças que chamam para um descanso aconchegante – ainda que muitas vezes fique apenas na promessa, com a larga utilização do policarbonato moldado como um macio matelassê, como no clássico banco Belle Étoile, de Andrée Putman, na versão Serralunga – com grande apelo ao trabalho artesanal, que aparece em versão pós-moderna com a substituição de materiais rústicos e naturais (linha, lã, algodão), por fios de polietileno.
Cadeiras e mesas unidas em uma só peça na Super Babel, de Marcel Wanders para XO
Moon chair: mais uma peça com traços simples e impactante do designer Tokujin Yoshioka, para a Moroso
O clássico banco Belle Etoile, de Andrèe Putman, ganha assento em plástico moldado na versão da Serralunga.
Feita com resina plástica injetada, a Impossible Chair surpreende. Criação de Doshi Levien para Morosos
Cadeira feita com jeans descartados por Tobias Juretzek para Casamania
Estante Robox, de Fabio Novembre para Casamania
A delicadeza da filigrana recortada na capa de couro do pufe Ottoman, de Elena Manferdini para Moroso
Sucesso no ano passado, a poltrona Nemo, de Fabio Novembre, ganha cores na Driade
Poltrona Pavoreal, de Patricia Urquiola para a Driade
Armário da linha Paesaggi Italiana, feito por Francesco Binfarè e Massimo Morozzi para a Edra. Folhas de madeira tratadas
Outro sucesso de 2010, a poltrona Comback, de Patricia Urquiola, ganha diferentes cores e pés. Detalhe para o pé de madeira, inédito na Kartell
A extensão em acrílico transparente da mesa Oyster leva uma sensação de água para casa. Criação de Mario Bellini para Kartell
Artesanato em escala industrial no conjunto Buttondown, de Edward Van Viliet, para Moroso
Chaise Big Knit, de Patricia Urquiola para a Moroso
Mais uma ousadia com características artesanais da Moroso na cadeira Stitched, de Tord Boontje
Luminária Sky, da Skitch
Suave balanço na cadeira Tip Ton de Edward Barber & Jay Osgerby, para a Vitra
Conforto cuidadosamente estudado na poltrona Chubby, da Moroso para a Diesel
Em forma de rosa, a luminária Baby Love, da My Your, também pode ser usada no chão
Cadeira Spook, em feltro moldado, do alemão Iskos para a Bla Station
A elegância e delicadeza da cadeira Strip, criada por Fabio Novembre para a Casamania
Poltrona Lou Read, uma brincadeira em moldura de resina de vidro e couro de Philippe Starck para a Driade
Poltrona Grinza, dos irmãos Campana para Edra
Poltrona Grinza, dos irmãos Campana para Edra
Versão amplificada da estante em forma de oca lançada em 2010, pela Edra. Criação dos irmãos Campana
Em material translúcido colorido, a poltrona Alice, de Jacopo Foggini, para a Edra, leva um toque de conto de fadas para casa
Diversão na floreira em forma de pimenta Good Luck, de Simone Micheli para a Casamania
A delicadeza e simplicidade da luminária Taj, de Ferrucio Laviani para a Kartel
A troca não deixa de esmaecer um pouco a memória afetiva que o visual da peça traz, mas também agrega maior durabilidade e a possibilidade de utilização em áreas externas. Nesse caso, pontos para a chaise Big Knit, de Patrícia Urquiola, para a Moroso.
Imperfeições cuidadosamente trabalhadas para dar um ar de usado e “amigável” também marcaram forte presença. Destaque para o trabalho dos brasileiros Campana (com a poltrona em couro Grinza para a Edra) e para as poltronas Chubby (Moroso para a grife Diesel) e Spook, do designer alemão Ikos para a Bla Stations, feita em feltro moldado – material que também reapareceu em cadeiras e sofás de diversas marcas.
A tentativa de trazer a natureza para dentro de casa não se limitou à utilização de materiais como madeira e algodão e serviu de inspiração para peças delicadas e muitas vezes divertidas, como a luminária Sky, da Skitch, o armário Paesaggi Italiana, de Massimo Morozzi e Francesco Binfaré, para a Edra, e a mesa Oyster, de Mario Bellini para a Kartell.
Levar alegria e cor para a casa foi outro tema bem trabalhado - como no Robox, de Fabio Novembre para Casamania -, em contraponto com a suavidade e leveza visual de peças marcadas pelo elegante trabalho com o vazio a partir de estruturas mínimas – a ver o sofá Clubland, de Peter Emrys-Robets para a Driade.
Fonte: http://delas.ig.com.br