terça-feira, 20 de março de 2012

Dádiva das ruas - A arte da reciclagem chic

Texto Romulo Osthues | Fotos Sidney Doll

É só dar uma volta no bairro onde mora que o artista plástico e designer Rodolfo Malmesi retorna para casa cheio de novidades, que, para muitos, são nada além de lixo. Pode ser um espelho trincado, uma banca de feira livre com a armação frouxa ou a cúpula de um pendente que já não servia mais para a vizinhança. Com serrote, martelo, tintas e um punhado de criatividade, ele revitaliza os achados e decora todos os cantos da morada na capital paulista.

A porta de entrada era o estrado de uma cama, que ganhou o puxador inusitado: a parte superior do encosto de uma cadeira velha. Na sala, a porta espelhada de um guarda-roupa faz as vezes de mesa de centro. Todos objetos colecionados ao longo das caminhadas do artista plástico

Quase de graça

Dá pra contar nos dedos em quantos móveis e objetos Rodolfo investiu alguma grana: entre eles, as luminárias Arco, a poltrona Egg, a TV, o sofá, a cortina e os acessórios de cozinha. o restante foi pura dádiva das ruas. “se eu tivesse um caminhãozinho, eu mobiliaria a casa de todo mundo que conheço só com o que acho por aí”, brinca, enquanto ajeita uma cadeira com que uma vizinha acabara de lhe presentear.

Rodolfo trouxe da rua o imenso espelho – mesmo trincado – e deu um jeito de disfarçar a imperfeição com grafismos. A penteadeira é, agora, o móvel de destaque do banheiro depois de algumas demãos de impermeabilizante. Um cano de metal ganhou formato de torneira para completar o lavatório

Vira-vira

Se algo não vem pronto das ruas, como os galhos de árvores caídos que são esculturas por natureza, o inventivo designer dá um jeito de adequar os achados às suas necessidades. Um estrado de cama virou porta, a mesa de centro quebrada segura um assento de poltrona, a geladeira e o freezer adotados foram adesivados com desenhos criados por ele mesmo. Esse vira-vira constante faz a casa ficar cheia de histórias ecologicamente inspiradoras. “Sei que tenho uma responsabilidade com o planeta e recuperar o que consideram inútil é meu jeito de fazer isso”, conta Rodolfo.


A escada foi feita com a ajuda de um marceneiro. Eles usaram dormentes e madeira de demolição na estrutura que leva até a cozinha. O destaque é a cadeira de balanço com tecido pintado à mão por ele e do macarrão de natação exposto como uma escultura de parede.

Lugar de amigos

Não há como não se sentir à vontade. Ao redor, tonalidades e objetos que nos remetem às nossas próprias memórias afetivas. Sempre cheia de amigos e garimpos fresquinhos, há muitas razões para promover encontros frequentes. A próxima novidade é uma piscina, secretamente coberta, a ser inaugurada em breve. Se estão todos convidados? Nenhuma porta está fechada se há um coração aberto como o de Rodolfo. “É só avisar antes”, ele diz.

No centro da cozinha, a banca de feira foi adaptada para ser uma ilha gourmet. Fundos de guarda-roupa cobriram a estrutura vazada. Uma porta de correr de um closet renegado foi recortada e virou a mesa de jantar com design orgânico.
Fonte: http://www.portaldecoracao.com.br

segunda-feira, 19 de março de 2012

Certo e errado na casa de quem tem alergia

15 dicas do que é certo e errado na casa de quem tem alergia.

Texto Diana Yuri | Reportagem Visual Mario Mantovanni

Seja rinite, asma, dermatite ou mesmo conjuntivite, todo mundo tem alguma alergia ou conhece alguém nessa situação. O problema atinge cerca de 30% da população mundial, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), sendo os tipos mais comuns aqueles que afetam a pele e o sistema respiratório. Para evitar crises e atenuar os sintomas, é essencial evitar ambientes que levem ao surgimento dos chamados alérgenos – ou seja, agentes causadores de reação alérgica – e combater sua proliferação. O primeiro cuidado é com a limpeza, já que ácaros e fungos tendem a se multiplicar em áreas onde pó e umidade se acumulam. O médico alergologista João Negreiros Tebyriçá, presidente da Asbai, e a arquiteta Penha Alba, de Foz do Iguaçu, PR, enumeram outros cuidados para que sua própria casa não lhe cause mal.


Muitos Itens pendurados na parede do quarto acabam juntando poeira – e ainda há o risco de o pó cair sobre a cama. Fuja também de cobertores de lã e travesseiros de pena. Outros inimigos potenciais são as tramas pesadas e/ou felpudas de cortinas, tapetes e cabeceiras. Evite-as.


Uma opção para decorar as paredes do quarto sem juntar tanta poeira é ser mais econômico nos itens e escolher quadros envidraçados: basta um pano úmido para limpá-los. Travesseiros e colchões são alguns dos locais preferidos dos ácaros, eles adoram se alojar no material fibroso desses itens. Por isso, lance mão de capas para forrá-los – disponíveis em lojas especializadas, são impermeáveis aos alérgenos. Para se aquecer, um edredom é a melhor alternativa. No chão, o tapete de fibra, mais leve, pode ser retirado para a higienização sem dificuldades. E para controlar a entrada de luz, prefira persianas ou use uma cortina com pouco pano e que seja simples de lavar, como as de voal. Lembre-se de abrir a janela para


Se estiver na fase da pintura das paredes, escolha uma tinta lavável ou um papel de parede vinílico, que pedem apenas detergente neutro e esponja macia. “Se desejar revestir a cabeceira, use materiais impermeáveis, como couro sintético e emborrachados”, ensina a arquiteta Penha Alba. Um modelo sem reentrâncias não permite o acúmulo de pó.


Na sala, carpete não é indicado em nenhuma situação. Tapetes leves, feitos de material sintético, fibras ou couro sem pelo, são mais indicados por causa da facilidade de remoção para a limpeza. Uma possibilidade válida para grande parte dos materiais é mandar impermeabilizar a peça. Assim, o tapete se mantém limpo por muito mais tempo.


Não é mais preciso recorrer a cortinas de tecido para controlar a incidência do sol que reflete na tela da TV e do computador. “Hoje em dia, há persianas com todos os tipos de promessa: de barrar o sol por completo a preservar discretamente a visão do vizinho”, afirma a arquiteta Penha Alba. E é uma alternativa mais simples de limpar.


Estantes volumosas são coisa do passado, assim como as TVs de tubo que apoiavam. Para Penha, “a decoração moderna favorece os alérgicos: com a difusão dos equipamentos de plasma e LCD, os painéis e os racks de design reto tomaram o lugar dos móveis avantajados – e dão muito menos trabalho na hora de limpar”.


Para o sofá, a arquiteta Penha Alba sugere mandar fazer uma capa de sarja ou lonita e sobrepor ao revestimento original. A peça é lavada com frequência e pode ser retirada quando houver visitas. “A capa também pode receber um impermeabilizante hidrofugante.”


Todo brinquedo disposto em prateleiras fica impregnado de pó. Bichinhos de pelúcia também correm o risco de serem afetados pelo mofo. Por isso, dê preferência a brinquedos de plástico e guarde-os em locais fechados (como caixas e baús), longe da cama.


O alergologista João Negreiros Tebyriçá faz um aviso geral: “Roupas guardadas há muito tempo no armário certamente estarão infestadas de ácaros”. Portanto, nada de desfilar por aí com peças que tendam a provocar uma crise alérgica.


Não é só no quarto das crianças que as miudezas devem ser bem guardadas. Quase sempre esquecidas na faxina diária, as prateleiras na sala e na cozinha são um grande captador de pó. A dica é guardar objetos e livros em um armário com portas envidraçadas.


Há pontos de mofo na parede do banheiro? Nem pense em ignorá-los, pois, além dos fungos, podem virar um foco de ácaros. “É preciso lavar a superfície com água sanitária, descascar a área tomada pelo mofo, passar um selador para isolar o problema e, então, pintar novamente”, ensina a arquiteta Penha Alba. Os rejuntes antimofo são uma boa alternativa para áreas cobertas de cerâmica ou pastilhas. E lembre-se, ao tomar banho, de deixar a janela aberta para o vapor do chuveiro se dispersar, o que auxilia na diminuição da umidade do ambiente.


A madeira é bem-vinda! Móveis e pisos desse material ou com acabamento laminado são de fácil limpeza: um pano umedecido resolve a questão, geralmente. Lembre-se apenas de evitar os modelos entalhados.


Mantenha animais de pelos na área externa. Caso seja inviável, pergunte ao veterinário se pode dar banho neles semanalmente.


Usar vassouras ou espanadores leva as micropartículas de poeira a ficarem suspensas no ar durante horas. Um pano umedecido dá conta do serviço, junto com um aspirador dotado de filtro Hepa, que reduz os elementos alérgenos transportados pelo ar. Alérgicos também devem se preocupar com os produtos de limpeza, que são naturalmente irritantes para a pele e as vias respiratórias, não importando o tipo de alergia. “Dilua-os em água antes do uso para atenuar o odor residual”, ensina alergologista João Negreiros Tebyriçá. As lojas especializadas dispõem de linhas apropriadas para alérgicos. E lembre-se de, na hora de fazer a faxina, usar luvas e máscara.


Se você mora em uma região de clima seco, o ideal é ter um umidificador, aparelho que libera partículas de água no ar. Utilize o equipamento também nos cômodos que não recebem luz solar. O ar-condicionado deve ser do tipo split, que não transfere a poeira de fora para o interior do ambiente. Limpe os filtros uma vez por semana.