terça-feira, 15 de março de 2011

Projetos arquitetônicos ainda mais valorizados; Pé-direito alto ou duplo realça os projetos.

















Diana Leiko

dmiura@jornaldacomunidade.com.br Redação Comunidade VIP


Pé-direito é uma expressão muito utilizada em arquitetura, engenharia e em construções em geral, e que indica a distância do pavimento ao teto. “O uso de pé-direito alto ou duplo é simplesmente uma questão de escolha do partido arquitetônico. Não diria que existem vantagens, mas podemos dizer que o uso de pés-direitos maiores trazem ao ambiente nobreza e uma gostosa sensação de liberdade”, afirma a arquiteta Fabiane Bello.

Ela esclarece que pé-direito alto e pé-direito duplo não são a mesma coisa. “Embora todo pé-direito duplo seja um pé-direito alto, nem todo pé-direito alto é um pé-direito duplo. Dizemos que um ambiente tem pé-direito alto quando a distância do piso ao teto é superior àquelas adotadas normalmente, que variam de 2,5 a 3 metros. Um ambiente possui pé-direito duplo, quando o teto está na mesma altura do teto do pavimento superior a ele, ou seja, a distância do piso ao teto equivale a altura de dois pavimentos, dimensões que chegam a 5 ou 6 metros de altura”, orienta. Ainda de acordo com ela, a manutenção de luminárias embutidas, cortinas e persianas fica um pouco complicada com a altura do teto, portanto, o recomendável é que o pé-direito duplo seja restrito a poucos ambientes como sala de estar, jantar e varanda.

“O pé-direito alto deixa o ambiente mais sofisticado, mais imponente e pode ficar mais aconchegante fazendo uso de revestimentos mais quentes nas paredes e com mobiliário adequado”, opina a arquiteta Sabrina Estrella. Ela diz que se a ideia é causar impacto, o pé-direito deve ter altura mínima de 4,5 metros. “A indicação do pé-direito deve ser feita no início do projeto. Você pode sim usar o pé-direito alto em todo projeto ou só em alguma área, como hall de entrada , sala de estar e jantar”, conta.

Fabiane Bello lembra que cada caso é um caso. “Cada projeto é um projeto único. Em projetos de residências unifamiliares, o recomendável é que o pé-direito seja de no mínimo 2,8 metros. Com a instalação do forro em gesso , este pé-direito cairá para 2,6 metros. No caso de salas de estar, jantar e varanda, o pé-direito duplo é muito bem-vindo, pois garante elegância ao ambiente”. E acrescenta: “O aconchego dos ambientes é determinado pela escolha dos materiais de acabamento do piso e parede, dos móveis e complementos decorativos. Cortinas e tons amadeirados são alguns dos artifícios para conferir este aconchego a ambientes amplos”, destaca.

Para Mariana Sabino, o tamanho do pé-direito nunca deve ser inferior a 2,30 metros. “O ideal é que ele tenha de 2,80 a 3 metros, pois assim podemos trabalhar com rebaixos de gesso para iluminação embutida, além de esconder as instalações de água, esgoto, elétrica e ar-condicionado por dentro do forro sem comprometer o pé-direito do ambiente”, frisa.

Quanto ao pé-direito ser alto ou duplo, ela afirma: “Nos dois casos a vantagem estética é grande. Quanto mais alto, melhor e mais bonito. A vantagem do pé direito duplo é que podemos construir mezaninos e aproveitar a área ‘livre’ com outro ambiente. Já o pé-direito alto tem a vantagem de se poder trabalhar com forro criando uma iluminação diferenciada, além de deixar as instalações acima dele escondidas”, conclui a arquiteta.

Arquitetos famosos como Frank Lloyd Wright destacaram profundamente a aplicação desse recurso. O Museu de Guggenheim de Nova York, por exemplo, projetado por Wright tem um pé-direito total esplendoroso. Oscar Niemeyer é outro mestre que sempre gostou dos pés-direitos monumentais bastante destacados em sua obra, como é o caso do Museu da República em Brasília, e em muitos outros projetos, como o do edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, onde o recurso arquitetônico foi concebido com 9 metros de altura e solidificado pelos notórios pilotis de Niemeyer.

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